Ambientes “instagramáveis”: os likes valem mais do que o sabor da comida?
Set 16, 2019
UMA PALAVRA PODE FALAR MAIS QUE MIL IMAGENS?
Sem querer puxar sardinha pro meu lado, mas vamos exaltar o poder de uma boa comunicação? Todo mundo vive falando sobre a importância das imagens nas redes sociais e, principalmente em redes como o Instagram, elas são essenciais para captar a atenção do público. Mas, se o primeiro passo é a atração, o segundo (e não menos importante) é a manutenção. Ou seja, a não ser que você seja fotógrafo e esteja divulgando seu trabalho, de nada adianta uma foto incrível se o leitor encontrar um 🙂 no lugar da legenda. Portanto, é imprescindível dedicar parte do seu tempo para criar uma linguagem autêntica a fim de manter o público interessado no que você tem a dizer.
REGRAS PODEM (E DEVEM!) SER QUEBRADAS
Você reparou como de uns tempos pra cá algumas marcas deixaram de usar letras maiúsculas em sua comunicação nas redes sociais e até mesmos nos sites? Ou, quando usam, não é da forma tradicional, no início das orações e nomes próprios (aquelas regrinhas básicas que a gente aprende na infância), mas apenas para dar DESTAQUE a certas palavras…
Já se perguntou porque isso acontece? Pode parecer uma forma desleixada de se comunicar ou desconhecimento das regras ortográficas, mas é exatamente o contrário: para subverter regras é necessário conhecê-las a fundo. E, como tudo no mundo do marketing é feito com um bom motivo, eis aqui o segredo: PERSONALIZAÇÃO.
Mesmo que boa parte do público não se atente para os detalhes da escrita, essa maneira mais informal de se comunicar causa, inconscientemente, uma sensação de proximidade - afinal, aquela frase da legenda nas redes sociais da empresa poderia muito bem ter sido escrita pelo seu melhor amigo durante uma conversa no whatsapp. Além da cadência da leitura, que ganha fluidez e velocidade, fazendo com que a sua mensagem seja consumida por completo.
É claro que esse tipo de linguagem não cabe a todas as empresas. Se você tem um escritório de advocacia talvez essa não seja a estratégia ideal. Ou talvez seja, vai saber! Tudo depende do público que você quer atingir e da relação que quer criar com ele.
Assim como as fotos que você publica dizem certas coisas sobre você, a escolha de palavras e o tom do discurso como um todo, podem ser a diferença entre uma comunicação acessível e uma que afasta o público com mesóclises e palavras rebuscadas (elas ficam ótimas em poemas épicos, mas não é à toa que existem pouquíssimas pessoas interessadas neles).
Vamos tomar como exemplo a gigante do streaming, Netflix: a marca poderia confiar apenas na qualidade de seu serviço e seus produtos e seguir o caminho convencional da presença nas redes sociais, mas optou por estabelecer um diálogo quase pessoal com o seu público por meio de um tom de voz bem humorado, repleto de memes e piadas contextualizadas. Dessa forma, além de usar as redes como mais um canal de serviço de atendimento ao consumidor, ela (a Netflix já declarou que é uma menina - e, acredite, até isso faz parte da estratégia de comunicação) ganha mais e mais fãs todos os dias, o que é o sonho de branding de toda marca.
“EU SOU RESPONSÁVEL PELO QUE EU DIGO, NÃO PELO QUE VOCÊ ENTENDE”. SERÁ?
A famosa frase atribuída ao Pedro Bial (à Cecília Meirelles ou a qualquer outra personalidade a quem se atribui qualquer meia dúzia de palavras) não deve ser levada em consideração! Se você gerencia as mídias sociais de alguma marca ou está construindo sua própria reputação digital você é responsável por como as suas palavras vão atingir o consumidor, por isso, todo cuidado é pouco e os princípios são básicos:
1. Quem é você?
Em regra, se você é um empresário de meia idade de São Paulo, seu jeito de falar será diferente de uma jovem do interior do Ceará. Respeite o seu dialeto, regionalidade, jargões e gírias.
Isso também vale para sua empresa, de uma clínica de odontologia a um estúdio de tatuagem, o importante é ser natural. O público percebe e tende a rejeitar uma comunicação que soa forçada.
2. Com quem você quer falar?
Na época dos nossos pais, que só conheciam os produtos por meio da publicidade tradicional na televisão, as empresas falavam PARA as pessoas sobre os benefícios de seu produto, preço etc.
Hoje, podendo clicar no x após cinco segundos, as empresas devem construir um diálogo, portanto, elas devem falar COM as pessoas.
Dessa forma, o conteúdo e a discurso devem estar adaptados ao ouvinte/leitor/espectador. Nada de floreios e palavras difíceis se você quer se comunicar com adolescentes nem gírias e memes se você quer falar com senhoras aristocratas de Copacabana. Simples assim.
[Lembrando que regras podem ser subvertidas se isso fizer parte da sua estratégia.]
Mais sobre esse assunto, a gente fala em um próximo momento. Até mais!